CIdades Rebeldes
Isso se dá através das mudanças tecnológicas, que, por sua vez estão centralizadas em poder das grandes mídias. Essa centralização é tão forte, que Venício A. de Lima a descreve com a seguinte frase: "Nada ocorre sem seu envolvimento direto e/ou indireto".
Sendo assim, ao analisarmos o processo complexo das manifestações que aconteceram em junho no Brasil, alguns aspectos ficam claros: a maioria dos manifestantes era formada por jovens que se organizavam através das redes sociais, longe do controle da velha mídia.
Porém, um paradoxo acontece quando os jovens questionam os veículos de massa precisam deles para dar visibilidade ao movimento, já que a televisão ainda detém o monopólio de "tornar as coisas públicas".
De certo modo, o fenômeno foi tão intenso que a própria mídia, que, inicialmente, era contra as manifestações, readaptou seu discurso, tornando-se favorável ao movimento e cobrindo-o, porém, introduzindo bandeiras diferentes das levantadas pelos manifestantes.
Outro aspecto fundamental é a cultura política brasileira que vem se consolidando de maneira que não apenas a política seja desqualificada, mas também os atores/políticos.
Dessa forma, é introduzido um conceito de "crise da representação política", que desconsidera a mídia como um "quarto poder" e em consequência disso, a população se vê excluída, sem voz e representatividade no debate público e a velha mídia ajuda a agravar essa situação.
Enfim, as tecnologias de comunicação são indispensáveis para a reconstrução da realidade e um meio de expor a opinião política e questionamentos sobre uma regulação das comunicações e representá-los democraticamente.