CIDADE E NATUREZA. O RISCO AMBIENTAL E A PRODUÇÃO DESIGUAL DO ESPAÇO URBANO NA REGIÃO SUL DE BELO HORIZONTE/MG
4344 palavras
18 páginas
CIDADE E NATUREZA. O RISCO AMBIENTAL E A PRODUÇÃO DESIGUAL DO ESPAÇO URBANO NA REGIÃO SUL DE BELO HORIZONTE/MGNikolas Rolim*
Pedro Fernandes**
RESUMO
O presente estudo parte da iniciativa de realizar uma análise curta, porém realista, de um dos aspectos resultantes da interação entre o homem e o espaço natural. Tendo como base a análise da metrópole e suas metamorfoses, a busca é por entender e relacionar o conceito de risco ambiental em função da produção desigual do espaço urbano, utilizando a área de encontro da Serra do Curral e da Depressão Periférica belorizontina do cráton são franciscano, região do Aglomerado da Serra – um cenário de ocupação urbana bastante complexo, dada a presença tanto de favelização quanto supervalorização da propriedade – no município de Belo Horizonte em Minas gerais.
INTRODUÇÃO (OU BREVE HISTÓRIA DO “CONFLITO”)
O que é a cidade? Certamente essa não é um pergunta ao qual algum campo de conhecimento científico poderá demonstrar propriedade de interesse. Ainda que ampla no vago intervalo que a abriga em suas possíveis respostas, o questionamento vai longe, até porque a cidade é tão presente a quem vive nela, quanto é o ar que o cidadão respira. “A habitação é uma questão poética” diria outrora Henry Lefebvre, assim então a cidade é uma questão poética ainda maior. Ela é o estado máximo no qual a humanidade conseguiu alcançar desde que os primeiros grupos nômades estabeleceram-se nas antigas planícies fluviais há mais de 10 mil anos. Ainda que as primeiras comunidades sedentárias estivessem dando início a uma outra forma de produção do espaço, que tinha como base a agricultura, toda a linearidade dos processos de avanço social, tanto tecnológico, quanto de complexidade de relações sociais e a posteriori econômicas resultou na imagem nada estática do presente. Esse marco de transição _______________
*Estudante de Graduação em Geografia pela UFMG. inverteu, de certa forma, a relação entre os homens e o meio, deixando bem