cidade do seculo XIX
“Na origem de todos os motivos estéticos está a simetria. Se quiser trazer para as coisas ideia, senso, harmonia, é preciso dar-lhe primeiro forma simétrica, equilibrar as partes do todo, ordená-las proporcionalmente em torno de um centro. É a maneira mais rápida, a mais visível, a mais imediata de tornar sensível essa potência formadora do humano, face ao acaso e ao caos que presidem as formações puramente naturais. Assim , o primeiro avanço estético além de uma aceitação pura e simples das coisas na sua não- significação, leva a simetria.” (pg.01)
“É nas estruturas simétricas que o racionalismo toma a sua primeira forma visível. Enquanto a vida enquanto a vida for ainda instintiva, afetiva, irracional, a liberação estética com relação a ela aparece sob uma forma racionalista. Quando ela se vê penetrada pelo entendimento, pelo cálculo, pelo equilíbrio, só então a necessidade estética se refugia no oposto, a busca irracional e a forma exterior racional, assimétrica.” (pg. 01)
“O grau inferior da pulsão estética se exprime numa construção sistemática que encerra os objetos numa imagem simétrica. No século VI, por exemplo, certos livros de penitência colocavam pecados e cilícios em sistemas de uma precisão matemática, harmoniosamente construídos.” (pg. 01)
“A tendência da simetria a dispor uniformemente os elementos segundo princípios constantes, ainda será, mais tarde, própria a todas as formas de sociedades despóticas. A disposição simétrica facilita a dominação de um grande número a partir de só e único ponto.Os golpes repercutem mais longemente, com uma resistência mínima e se calculam melhor através de um meio simetricamente ordenado, do que quando a estrutura interna tem significação formal, e externa puramente estética: a atração da simetria, com seu interior, sua perfeição exterior e a relação harmoniosa entre a suas partes e o seu centro unitário, contribui certamente para essa força de atração