Cidade de petra
Tania Menai | 01/02/2004 00h00
Descoberta em 1812 pelo explorador suíço Johann Ludwig Burchardt, Petra, no sul da Jordânia, ficou famosa como cenário das aventuras do superarqueólogo interpretado pelo ator Harrison Ford no filme Indiana Jones e a Última Cruzada, de 1989. Hoje, as ruínas da cidade são um dos sítios arqueológicos mais visitados do mundo. Porém, a vida e os hábitos de seus habitantes só agora começam a ser revelados. Novas pesquisas mostram que Petra era maior, mais rica e abrigava muito mais gente do que se pensava.
Toda esculpida em rochas e penhascos, Petra esteve por muito tempo escondida atrás do Siq, um enorme labirinto de gargantas e estreitos rochosos. “É uma fortaleza natural escolhida pelos nabateus, um povo de nômades árabes que chegaram na região por volta do século 3 a.C. Foram eles que construíram Petra”, afirma Glenn Markoe, historiador da Universidade de Cincinatti, nos Estados Unidos, e um dos curadores da exposição Petra: A Cidade Perdida de Pedra, no Museu de História de Nova York. “A maioria das construções foi feita a partir do século 2 a.C e demorou cerca de 200 anos.”
Segundo Markoe, os nabateus dominaram o comércio de seda e especiarias pela Península Árabe até o século 1. Com caravanas e camelos indo e vindo do Egito, da Índia, da Síria, da Arábia e de outras regiões, Petra transformou-se numa cidade internacional e, conseqüentemente, absorveu um pouco de cada cultura que passava por lá. “O idioma dominante era o aramaico, mas, em 2002, foram descobertos documentos escritos em grego e até em latim”, diz ele. Eles ainda criaram suas próprias moedas.
Por volta do ano 50, a cidade teria atingido seu pico populacional, com 20 mil habitantes. “Esse número foi estimado com base em documentos e nas construções extremamente sofisticadas. Foram encontrados diversos templos – alguns deles com a altura de edifícios de 17 andares –, cerca de 3 mil sepulturas, casas e espaços comunitários”, afirma Markoe.