Ciclos Econômicos - Teorias e Evidencias
1 - Introdução
Estudos sobre a teoria dos ciclos econômicos ganharam maior importância a partir da segunda metade do século XIX, concomitante às reflexões em torno do fenômeno das crises que afetaram a economia mundial desde a Revolução Industrial. A principal característica do ciclo era a de que as economias capitalistas moviam-se de acordo com um padrão estruturado, gerando movimentos regulares, observáveis empiricamente, expansionistas e contrativas do produto agregado. Diferentemente, as crises se relacionavam com a ruptura da estrutura vigente, em que o sistema capitalista mostrava-se incapaz de dirigir a produção e assegurar o consumo, gerando o paradoxo da coexistência de superprodução e subconsumo. A sociedade como um todo sofre os efeitos perversos das crises e também dos ciclos econômicos, em que os desequilíbrios tendem a se multiplicar, agravando o período recessivo em que a economia, nacional ou até mesmo internacional se encontra.
Dessa maneira, não negando a importância da discussão sobre a determinação do nível de emprego, que passou a negligenciar as teorias das flutuações cíclicas, verifica-se que o ressurgimento, nas últimas décadas do século XX, do interesse por parte dos pesquisadores sobre os ciclos econômicos mostra-se extremamente importante. Entender as razões do movimento ondulatório das economias de mercado e procurar precaver-se contra ele é um dos principais desafios da pesquisa macroeconômica e da formulação de políticas de estabilização. O entendimento e mensuração do comportamento dos ciclos de negócios têm sido, em anos recentes, objeto de suma importância nas economias avançadas. Na verdade, qualquer sociedade moderna possui interesse em conhecer qual é “o estado atual da economia” e qual deverá ser esse estado em um futuro próximo. Indivíduos e empresários, devido a melhor planejamento e à rentabilidade de seus investimentos; e governo, por questões previdenciárias,