A China, um dos países mais ricos do mundo, experimenta um tipo de desenvolvimento predador e gerador de desigualdades cada vez maiores. A despeito dos problemas sociais enfrentados pelo país, a região administrativa especial de Hong Kong, antiga colônia britânica agora administrada pela República Popular da China, aposta na promoção da saúde e dá exemplos de como democratizar o acesso à saúde bucal, figurando entre os países com os melhores índices do setor. Nem sempre foi assim. Em entrevista à Revista ABO Nacional em 1996, o médico chinês C. H. Leong, de Hong Kong, lamentou por apenas 43% da população adulta do território se consultar com cirurgião-dentista ao menos uma vez por ano. Nessa mesma época, apenas 37% das crianças com cinco anos de idade estavam livres das cáries. Passaram-se 12 anos desde então e, segundo pesquisa realizada pelo Departamento de Saúde do governo chinês, em 2001, o status da saúde bucal da população de Hong Kong apresentou melhoras significativas, com 49% das crianças de cinco anos de idade livres de cárie. Para o cirurgião-dentista chinês Joseph Chan, coordenador de Saúde Bucal de Hong Kong, "a saúde bucal da população local está caminhando para figurar entre as melhores do mundo". Promoção da saúde A melhora, segundo Chan, deve-se aos investimentos em programas de promoção da saúde bucal realizados nos últimos anos. "O poder público em Hong Kong reconheceu, a tempo, que a saúde bucal é essencial para a saúde integral e o bem-estar de qualquer indivíduo. Nossa política de saúde bucal tem como base a promoção da higiene oral, a conscientização da comunidade e a democratização do acesso aos serviços odontológicos." Em Hong Kong, o atendimento odontológico para a maioria da população é fornecido pela iniciativa privada, enquanto o governo se ocupa da população mais pobre com direito a serviços e apoio financeiro para os cuidados dentários nas regiões economicamente desfavorecidas, através do Sistema Global de Assistência