CHATÔ

Capítulo ii

A chegada da Corte Portuguesa ao Brasil em 1808 trouxe consigo a máquina tipográfica e uma imensa coleção de livros científicos na bagagem. Isso criou o cenário ideal para a aparição do primeiro jornal brasileiro, a Gazeta do Rio de Janeiro, que foi criada pela necessidade de se obter informações europeias devido aos conflitos na região naquela época. Porém, o periódico era somente destinado à elite lusitana, visto que existia uma grande censura por causa do medo de que essas ideias poderiam causar revoltas populares num sentimento subversivo da população. Em 13 de maio de 1808 é criada a imprensa régia, com a função de publicar papéis oficiais do governo, mais tarde auxiliaria na censura, juntamente com a Mesa do Desembargo do Paço. A Gazeta circulava ás quartas e sábados em edições normais e extraordinárias sendo distribuído diretamente nas casas dos assinantes. Anúncios já eram introduzidos em sua impressão, o que mostra o “embrião” da publicidade no Brasil. As primeiras notícias apresentadas tratavam exclusivamente de assuntos referentes ao mundo europeu como um todo, depois com menos importância vinham os temas locais e os serviços de utilidade pública. No seu formato, assemelhava-se aos moldes europeus.
A redação, ou seja a criação das matérias, era a tarefa do redator, atual editor, que numa compilação de boatos, conversas informais e noticias oficiais, montava-se as matérias que seriam publicadas na edição seguinte. O redator funcionava como um filtro de informações. Isso demonstra que, mesmo com a chegada da imprensa no Brasil, a oralidade continuava presente, havia um espaço ínfimo entre a oralidade e a leitura.
As fontes de informação que chegavam ao redator eram variadas, desde aquelas que vinham abordo dos navios, há aquelas provenientes da oralidade e os famosos “burburinhos”. O emissor não tinha importância nas noticias publicadas na maneira em que o periódico era impresso, outro fator era que não importava a distância de