Cerda, plano urbano
Como um dos primeiros tratadistas de arquitetura e urbanismo a reivindicar a salubridade das habitações de maneira radical e efetiva como a condição primeira a satisfazer na criação da nova cidade, Cerdá considerava a moradia como suporte fundamental da qualidade de vida. Emprega grande esforço na formulação das “ilhas tipo” e, a partir do reconhecimento da quadrícula como o traçado que reúne tanto vantagens de ordem circulatória, topológica, construtiva, jurídica como urbanística, chega ao módulo quadrado de 113 metros de lado com um chanfro de 20 metros como o mais adequado.
Ao compreender a necessidade de compactação da cidade industrial, abre mão de qualquer exemplo de habitação unifamiliar com jardim, ideais no seu pensamento, mas procura manter o máximo de qualidade ambiental propondo ilhas abertas com dois blocos – três e até quatro blocos na versão de 1863.
Cerdà escreverá mais tarde em sua Teoría General de la Urbanización, publicada em 1867, “a urbanização reside tão somente na associação do repouso e do movimento”. A presença dos dois conceitos diretores, a “habitação” e a “circulação”, que hoje mais do que nunca continuam sendo os dois pólos operacionais do urbanismo estão presentes, no plano de Barcelona no cuidado com a habitação e no projeto cuidadoso de uma rua realmente racional, com 20 metros de largura e separação entre os meios de locomoção .
Ao contrário de Paris, a trama ortogonal, homogênea e igualitária não caracteriza uma Barcelona monumental, mas ambos planos dão corpo às palavras de