Cenário Político Brasileiro em 2014
Nesse aspecto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não tem conseguido ser um bom gestor das expectativas junto às elites econômicas.
Ele paga o preço por ter uma postura tímida, ter feito alguns prognósticos imprecisos e ter sido o gestor de uma política monetária agressiva contra os interesses do grande capital financeiro no Brasil. Muitos acham que o que ele faz está errado e que o melhor seria se livrar dele o mais rápido possível.
Longe de querer julgá-lo de forma pontual, até mesmo pelo fato de que ele é - sem dúvida - um dos mais exitosos ministros da economia da história do Brasil, Mantega não tem conseguido gerenciar bem as expectativas. O desempenho pífio da economia tem sido atribuído a ele, ainda que não se possa atribuir a ele o aparente fracasso das fórmulas destinadas a acordar o crescimento. Vejamos, então, as perspectivas para a economia global em 2014.
A China não deverá concorrer, na margem, para a elevação do crescimento mundial. Um cenário que me parece relativamente otimista é que a segunda economia do mundo cresça em torno de 7% e que as complexas reformas para o reequilíbrio macroeconômico do país se desenvolvam sem sobressaltos, o que, obviamente, não está garantido.
A zona do euro, sem ter resolvido seus intrincados problemas estruturais, que tornam sua economia pouco eficiente, continuará apresentando desempenho pífio. Segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a região crescerá 1% em 2014, após provável queda de 0,4% em 2013. Mas mesmo essa moderada recuperação se dará de forma extremamente desigual entre os Estados-membros, com a manutenção de taxas de desemprego insuportavelmente elevadas nos países periféricos. Portanto, não se podem descartar novas tensões econômicas e políticas