centenário Luiz Gonzaga
Minha mãe me “pariu”, justamente no dia 13 de dezembro, dia da rainha dos “zóio”, Santa Luzia. Numa fazendinha nos cafundós da Serra de Araripe, em Exu, no Sertão Pernambucano.
“Pé de Serra” foi uma de minhas primeiras composições, que revivi anos mais tarde minhas origens. Minha “mainha”, que Deus á tenha num cantinho bem bonito; tinha o nome de Ana Batista de Jesus, mas para os mais queridos Santana. Meu santo pai Januário José dos Santos, sempre trabalhou na roça, e nas horas vagas tocava sanfona, e como um “homi” arretado que era também consertava o instrumento. Ensinou-me com uma velha sanfoninha a tocar e cantar forró do bom. Eu nem me entendia de gente ainda, quando comecei a tocar em bailes, forrós e feiras. De inicio meu pai ia junto; me pondo cabresto.
Eu nunca me esqueci de onde eu vim, e nem do meu nordeste, mesmo indo para o sudeste; pra o meio dos engravatados. E, o engraçado foi que me juntei com um “cabra macho” mesmo sendo engravatado advogado Humberto Teixeira. Dessa mistura surgiu a canção “Asa Branca”, em 1947, que empurrou minha carreira para a fama.
Meu apego na musica é o baião onde me consagrou. Logo, o amor pegou meu coração, por uma cabocla linda de doer os “zóio”; de nome Nazarena. Era uma moça da região. E, eu um simples peão pobre como o chão do sertão, de cara não ia dar certo, o pai dela zeloso, Coronel Raimundo Deolindo, me negou sua mão, me prometendo a morte com um facão. E, não de certo “mermo”, pois meus pais eram do contra, e de ganho, ganhei uma “corça”. Minha saída era fugir, já que eu não podia me casar com minha Nazarena, e eu também não queria perder o meu coro.
O exercito foi minha salvação, fui parar em Crato (Ceará). A partir dai, não dei noticias a meus parentes, e isso foi durante nove anos, viajei muito pelos estados desse Brasilzão, como soldado. Sobre amor não tive mais nenhuma namorada, só algumas “muier” das minhas andadas.
Foi na cidade do Rio de Janeiro que decidi largar