Celso furtado cap xiii
Após a crise do ciclo açucareiro, Portugal estava certo que a única saída para essa crise era a busca por metais preciosos, porém logo reconheceram que isso necessitava de muito capital para a extração nas minas, além de uma falta de conhecimentos técnicos. E isso se teve por meio da Metropole, que incentivou a população a migrar do nordeste para a região sudeste. Houve também um fluxo migratório de Portugal ao Brasil em busca dessas novas riquezas. Essas pessoas eram imigrantes que tinham condições de financiar uma empresa grande para a extração. Em outras partes do Brasil, como no norte e no sul, a imigração foi financiada pelo governo português, para povoar certas regiões, pois atrás disso havia interesses políticos.
A economia mineira, embora tenha uma base de mao de obra escravista, ela se diferencia amplamente da econômica açucareira. Os escravos não são maioria na populaçao, a forma de organização do trabalho permite que o escravo tenha maior iniciativa, pois há a oportunidade deles pagarem com o ouro suas próprias liberdades, havendo assim uma maior ascensão social. Além disso, o capital utilizado para ter um escravo numa mina era inferior do que o necessário para manter um negro nos engenhos.
A lucratividade da empresa mineira foi maior na etapa inicial, então a excessiva concentração de recursos nos trabalhos mineratorios conduzia sempre a grandes dificuldades de abastecimento. Com isso, sempre existia miséria nos polos mineiros, e a elevação do preços dos alimentos e dos animais de transporte nas regiões vizinhas constituiu o mecanismo de irradiação dos benefícios econômicos da mineração.
A economia mineira favoreceu também a pecuária do sul, cujo os preços dos gados foram valorizados rapidamente. Outro setor que necessitava de animais que também foi desenvolvido foi o de transporte, aumentando assim o mercado de animais para carga, que transportavam e abasteciam as regiões