Caçadores e coletores
Os caçadores-coletores podiam adotar um sistema de vida sedentário, desde que houvesse na região abundância de alimentos em condições de ser armazenado. Os índios da costa noroeste do Pacífico nos Estados Unidos, por exemplo, preparavam farinha de bolotas de carvalho e salmão defumado, que eram armazenados em rústicos recipientes de madeira, e com isso suas povoações eram permanentes e com boa densidade populacional. Algumas tribos alcançaram a densidade de 10 pessoas por quilômetro quadrado. Estes índios estabeleceram até uma hierarquia, a Chefia, sendo os únicos povos caçadores-coletores que tinham este sistema. Os chefes ocupavam lugar de destaque na tribo e transmitiam o direito por hereditariedade para os primogênitos. A segunda linhagem era a dos outros descendentes, incluindo até os colaterais. Cabia à chefia, entre outras funções, coordenar a instituição socioeconômica da distribuição. As sobras de produção familiar deviam ser repassadas a ele, que organizava uma grande festa (‘potlatch’) quando eram redistribuídos as sobras para quem necessitasse. O cargo de Chefe tinha pouca ou nenhuma expressão política.
A vida sedentária trouxe muitas melhorias para a população: as moradias ficaram mais espaçosas e mais confortáveis. Os Asmats de Nova Guiné construíam grandes casas de madeira e são considerados os melhores “marceneiros” do mundo primitivo. Suas aldeias chegaram a ter 2.000 pessoas, o que é cerca de 20 vezes a população média das povoações dos outros povos caçadores-coletores.