Como a Sociedade reagiu a caça às bruxas A “caça às bruxas” coincidiu com grandes mudanças sociais em curso na Europa. A arte, a ciência e a filosofia desvincularam-se cada vez mais da teologia cristã, conduzindo, com isso a uma instabilidade e descentralização do poder da Igreja. Além disso, a Europa foi assolada neste período por muitas guerras, cruzadas, pragas e revoltas camponesas, e se buscava culpados para tudo isso. Sendo assim, não foi difícil para a Igreja encontrar motivos para a perseguição das bruxas. Em 1233, o papa Gregório IX instituiu o Tribunal Católico Romano, conhecido como “Inquisição” ou “Tribunal do Santo Ofício”, que tinha o objetivo de terminar com a heresia e com os que não praticavam o catolicismo. Em 1320 a Igreja declarou oficialmente que a bruxaria e a antiga religião dos pagãos representavam uma ameaça ao cristianismo, iniciando-se assim, lentamente, a perseguição aos hereges. A “caça às bruxas” admitiu diferentes formas, dependendo das regiões em que ocorreu, porém, não perdeu sua característica principal: uma massiva campanha judicial realizada pela Igreja e pela classe dominante contra as mulheres da população rural (EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 10). Essa campanha foi assumida, tanto pela Igreja Católica, como a Protestante e até pelo próprio Estado, tendo um significado religioso, político e sexual. Por mais que a igreja estivesse decaindo e dando o lugar a razão, ainda haviam muitos fiéis (clero) que a seguiam e tinham em seus ensinamentos e leis como certos, imudaveis e seguiam-os sem questionar ou pestenejar, e julgavam qualquer questionamento a suas crenças e dogmas como grande ameaça. Os postos de caçadores de bruxas e informantes eram financeiramente muito rentáveis. Esses, eram pagos pelo Tribunal por condenação ocorrida e os bens dos condenados eram todos confiscados. Essa insensatez de ódio e homicídio alastrou-se como fogo em diversos lugares incendiando a vida civilizada. Uma das acusações levantada