Caça as bruxas

Produção e tecnologia no campo:
O desenvolvimento da agricultura brasileira, evidenciado no presente pelo agronegócio, aqui entendido como a reunião de tecnologia e de equipamentos de ponta e crédito farto, deve ser contextualizado historicamente de modo a compreender os arranjos espaciais rurais da atualidade. Produtos históricos como o café, o cacau, a cana-de-açúcar e o algodão, permanecem na pauta de produtos de exportação, gozam de privilégios creditícios por parte do Estado brasileiro e reforçam a monocultura no país. O conjunto de ações e de objetos até então vigente foi reestruturado passando a incorporar a ciência, a tecnologia e a informação. Esse processo de incorporação implicou um novo modelo técnico, econômico e social de desenvolvimento agrícola denominado padrão agrário moderno. A modernização instala-se, espacialmente, no Centro/Sul brasileiro – Goiás, Mato Grosso do Sul, porção sudoeste baiana e, estados das regiões SE e Sul, em que se verifica o maior índice de mecanização. Algumas culturas ligadas ao sistema agroindustrial e de exportação e cultivadas em propriedades de grande porte – cana-de-açúcar, soja, laranja - foram as maiores beneficiadas do novo padrão agrário. As empresas capitalistas se deslocaram para o campo transferindo a estrutura administrativa e o processo produtivo dos empreendimentos econômicos urbanos, introduzindo nas unidades produtivas a transformação do produto agrícola. As agroindústrias cresceram como consumidoras dos produtos da agropecuária e se reestruturaram atrelando-se ao exigente mercado internacional. Diante do exposto, torna-se necessário entender, dentre outros aspectos, a progressiva participação da agricultura no PIB brasileiro contribuindo para o desenvolvimento do país e as transformações socioespaciais verificadas no espaço agrário brasileiro.

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