cavernas
Há milénios que as cavernas encantam o homem. No início dos tempos estas eram usadas como abrigo e, nelas foram deixadas restos de fogueiras, de alimentos, ossos e pinturas que nos permitem, actualmente, conhecer a vida e os hábitos dos nossos antepassados.
Sejam pinturas rupestres, animais exóticos, depósitos minerais ou acidentes geológicos, os ambientes cavernícolas preservaram momentos da nossa história, e neles criou-se um novo mundo a ser descoberto.
Frágeis e fascinantes, as cavernas atraem pelos mais diversos motivos. Sejam eles científicos ou religiosos, por curiosidade ou aventura, são propiciados momentos intensos de contacto com a natureza, mais do que caminhar sobre o chão caminha-se dentro da terra, envolvidos por rochas num mundo silencioso e de escuridão.
Ao ver-se as pequenas gotas a caírem do tecto ou a escorrerem pelas paredes, pode-se imaginar como tudo começou à milhares de anos.
Foi com este espírito de aventura e de curiosidade que partimos para a descoberta da Gruta da Ervideira tentando desvendar a sua história geológica. Para apresentar aqui as suas características geológicas teremos antes de adquirir determinados conhecimentos que nos vão ser úteis para compreender o ciclo de formação da nossa gruta, tendo em vista que esta é uma construção cársica.
A formação das Cavernas
A maior parte das grutas que hoje existem, encontram-se em terrenos sedimentares (calcários) que se formaram à milhões de anos, em mares pouco profundos, por acumulação em camadas sucessivas de restos orgânicos e minerais. Estudando estes diferentes níveis, podemos conhecer hoje as grandes alterações climáticas que a terra sofreu na sua formação, assim como os animais que a povoaram, pois uma grande percentagem da rocha está formada com restos microscópicos de algas, moluscos, corais e outros seres orgânicos.
Tudo sucedeu sem interrupções, mas a terra, um ser vivo em contínua transformação encontra-se à mercê de forças gigantescas capazes