causas e consequências da inflação
Era no mês de Julho. Já tinham começado a deitar os pés de milho. Não chovia desde Abril. Velho João precisava de obter carne, pois tinha muitas bocas em casa. Na véspera tinha preparado cuidadosamente as armas: tinha visto o arco, ajustado bem a corda de tripa, tinha passado uma vista de olhos por todas as flechas e tinha afiado conscienciosamente a catana.
Faltavam duas horas para o sol nascer quando saiu de casa. Atravessou o terreno, meteu-se por uma lavra de mandioca e pujando chegou a mata localizou o trilho e acelerou o passo, já tinha o local escolhido um pequeno musseque queimado há pouco e onde o capim começava a rebentar de certeza que as primeiras horas do dia os gulungos ai iriam pastar.
Depois de algum tempo, as primeiras começaram a apagar-se e, a medida que se aproximava do local o seu passo ficava mais cauteloso prestando atenção, a todos os ruídos. Já com boa luz, velho acercou-se do musseque, pequena encosta muito suave onde o verde do capim contrastava com a mata seca que o cercava. Rodeou o musseque procurando o vento e, nesse momento viu uma fêmea de gulungo sair do capim alto num passo tímido, ágil e gracioso e começar a comer.
Silenciosamente, encoberto por um pau seco, o velho João ajustou uma flecha no arco. Procurava mirar o animal, viu um pequeno vulto sair a correr do capin-zal seco e dirigindo-se ao gulungo contrariado, verificou que era uma cria, a qual, após junto a mãe pôs-se gulosamente a mamar.
Assim não podia ser nada. Ele não matava fêmeas com crias. Teria de aguardar outra presa mais indicada. Entretanto, foi observando os dois animais e no seu rosto apareceu um sorriso de paz e felicidade perante o espectáculo que via.
Nome: Domingos Chiyoca C. Ndendo
Curso: Educação Física e desporto
Período: 1ª ano/Pós-Laboral