Causa indígena
Com a criação do Núcleo Colonial Indígena no Prata pelo Estado do Pará e pelas missões cristãs, houve uma dispersão dos povos Tembés e seu respectivos laços de tradição e cultura. Sendo assim, não somente a pesquisa, mas também a causa indígena é uma abordagem de como a comunidade precisa buscar sua identidade através de quaisquer registros disponíveis, sejam eles narrativos ou não, para que possam contar a história de seus antepassados e como eles viveram a fim de resgatar a identidade perdida.
Os Tembés contam que é marcante essa suspensão de memória que eles perderam, quebrando com os vínculos de crenças e hábitos, além da forte ligação com as terras em que vivem atualmente, pois se sentem que foram igualados aos não-indígenas (vizinhos) na comunidade devido ao tempo, sem contar do preconceito que eles sofrem diariamente justamente por serem considerados iguais aos hansenianos e outros.
Os indígenas querem mais que histórias comprovadas do passado, querem também demarcação de terras, serviços de saúde, educação, entre outros, de fato, seu reconhecimento perante a sociedade de direito e dignidade. É de fundamental importância para eles ter o seu domínio marcado para então, desempenhar as tradições com certa liberdade e autenticidade, ter a chance de recomeçar suas vidas segundo seus costumes. Voltar a viver a cultura deles do seu jeito sem intervenção dos não-indígenas e estranhos.
Durante os depoimentos e narrativas com os moradores, Jane Felipe Beltrão e Rhuan Carlos dos Santos Lopes entrevistaram o Cacique Miguel que os relatou um conto chamado de História da Guariba. O mesmo é um macaco que perdeu os pais e que convivia com um bicho preguiça para saber como seu pai cantava. A história se equivale a uma metáfora do contexto atual dos indígenas no Prata, pois assim como o animal procura associar suas memórias por outras pessoas, os Tembés