Catolica

Entrevista com o Professor Walter Ferreira Gonçalves

1. O que a vida profissional lhe mudou? Ter uma profissão é uma dádiva e exercer essa profissão é uma outra. E não adianta fugir dela, porque ninguém a adquire por acaso. E ela chega justamente lhe causando (ou possibilitando!) mudanças. Sempre fui um leitor relativamente assíduo. Aprendi ler quase que sozinho, com os contos clássicos de Charles Perrault, em livros já amarrotados por primos de criação, como chamamos, e com eles aprendi muita coisa sobre maldade, respeito, medo... Mas foi quando resolvi fazer o Magistério, e consequentemente o Curso de Letras, que comecei a me dedicar mais à leitura. Essa foi verdadeiramente minha maior mudança. Porque para exercer a profissão de professor sem o hábito de leitura fica muito difícil. É impossível desenvolver um bom trabalho de comunicação oral e escrita sem estar em constante reflexão sobre essas práticas.

2. Para você, quais são as maiores dificuldades de ser professor? São muitas, contudo algumas são mais sérias ou, talvez, urgentes. Algumas das maiores delas acredito que sejam a desmotivação e desrespeito apresentados por alguns alunos. Não desejo aqui tratar de limitações ou dificuldades do professor, porque ele tem a necessidade e obrigação de saber lidar com seu ofício. A pior coisa, assim, é ele preparar sua aula e não conseguir executá-la por incômodo do aluno.

3. Qual o segredo para ser um bom profissional? Gostar e saber o que faz. Não é necessário amar, mas que pelo menos não odeie seu ofício. Isso já é um bom começo. Outro passo é a atualização profissional, seja através de leitura, cursos presenciais ou à distância, e não se achar ou ser achado banal. É preciso se achar importante e dar importância ao que faz, independente do salário. Não quero aqui parecer hipócrita em dizer que não almejo um salário digno e respeitoso, mas não posso ficar faltando ao trabalho ou deixando de fazer o meu melhor culpando o valor que recebo. Preciso ter