Católica
"Mr. Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev, tear down this wall!"
Em 1989, houve um acontecimento que mudou a história recente da humanidade: a queda do muro de Berlim. O que aconteceu, na prática, foi o suposto desaparecimento do comunismo real diante daquilo que parecia uma vitória do capitalismo ou uma vitória de dois homens específicos: o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, anticomunista ferrenho, e o papa João Paulo II, vítima do comunismo na Polônia.
Dois anos antes da queda do muro de Berlim, em 1987, Ronald Reagan, diante do portão de Brandemburgo, em Berlim, falando a respeito do secretário geral do partido comunista Mikhail Gorbachev, pediu aquilo que todos os homens de boa vontade do Ocidente desejavam: "Mr. Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev, tear down this wall!" [1].
Então, em 1989, diante da queda do muro, o capitalismo, os valores do ocidente e o Papa João Paulo II pareciam ter triunfado.
Porém, na ocasião da viagem de João Paulo II a Cuba, um jornalista perguntou a Fidel Castro como o líder cubano se sentia ao receber a visita do homem que havia derrubado o comunismo. Fidel respondeu: “eu não desprezaria assim Mikhail Gorbachev”. Hoje, cada vez mais, se percebe que tudo aconteceu de caso pensado. Declarações do próprio Gorbachev e de alguns comunistas já previam a necessidade de se promover uma aparente morte do comunismo, para que o espírito e o ideal do comunismo se alastrassem no Ocidente. Os próprios comunistas compreendiam que havia uma espécie de queda de braço na guerra fria e que estavam perdendo a disputa. A guerra indicava uma vitória dos EUA, que estavam muito melhor que os soviéticos. Quando os EUA estavam vencendo a batalha militar, os comunistas se dirigiram para outro campo de batalha. Já há décadas haviam percebido que o caminho da vitória sobre o capitalismo não era o militar, mas o cultural.
Mas, como aconteceu o triunfo da linha marxista cultural, que parecia originalmente heterodoxa?