cativeiro selvagem
Zoológico mineiro e Aquário de SP dificultam a vida dos animais para que fiquem mais espertos
DE SÃO PAULO
No Zoológico de Belo Horizonte, os funcionários cobrem um cavalinho de pau com pelos de lhama e de camelo. O bicho de mentira, com um pedaço de carne de verdade nas costas, é colocado dentro da jaula do leão.
A fera pensa estar diante de uma presa, ataca o cavalo de pau rugindo e come a carne. Essa foi uma das mudanças implementadas pelo zoo para incentivar os bichos a se comportarem como na natureza.
Antes, a carne era atirada ao leão, que, sem esforço, comia e voltava a descansar. Agora, como na selva, ele precisa "caçar". O zoológico também coloca baldes com água e frutas no congelador para fazer "picolés" gigantes e dar ao elefante. O bicho, que recebia a fruta picadinha, passou a gastar um tempo para arrancá-la do gelo.
Atividades desse tipo são desenvolvidas no zoo mineiro para dificultar a vida deles, mas não é por mal. Cynthia Cipreste, bióloga responsável pela área de bem-estar animal dessa instituição, diz que procura "acrescentar um pouco de imprevisibilidade ao ambiente do animal".
Imprevisibilidade é algo que o bicho não espera. Na natureza, eles lidam com situações inesperadas o tempo inteiro e têm que usar as garras, o bico, os dentes e a inteligência para matar a fome.
Apresentar a comida de várias maneiras estimula essas habilidades e ainda os obriga a se movimentar. Ficar paradão também não é bom para os animais.
No Aquário de São Paulo, os jacarés recebem até chuva artificial para lembrar a vida lá fora. As mudanças também chegaram para os tubarões, os cavalos-marinhos e os morcegos gigantes.
(ANDRÉA LEMOS)
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No Zoológico de Belo Horizonte, os funcionários cobrem um cavalinho de pau com pelos de lhama e de camelo. O bicho de mentira, com um pedaço de carne de verdade