Castanha-do-Pará
Segundo o autor da obra Filosofia da Ciência, Rubens Alves, criou-se um mito em torno das palavras Ciência e Cientista, gerando imagens imediatas de um gênio louco, excêntrico, que pensa o tempo todo em fórmulas incompreensíveis e que fala com autoridade e propriedade sobre diversos temas. Em seguida, alerta-se para o perigo de inibição do pensamento e indução do comportamento daqueles que acreditam fielmente nesta superioridade da ciência e dos cientistas sobre o senso comum e a forma como a maioria lida com as tão diversas situações do cotidiano, e como os indivíduos considerados comuns e que não pertencem a esta classe especializada em pensar de maneira correta podem se acomodar e deixar de propor ideias, uma vez que existem cientistas para fazer isso por eles.
Utilizando-se de coesão e discernimento, o autor desmistifica o desmerecimento que muitas vezes é atribuído ao termo “senso comum” e afirma que surge certa facilidade para entender a ciência quando o compreendemos melhor.
Ele esclarece que o senso comum nada mais é do que a sabedoria que utilizamos para lidar com diversos acontecimentos, dúvidas e imprevistos do dia a dia. Ele é uma parte essencial do ser humano, o qual sempre nos acompanhou e nos ajudou a sobreviver, ao contrário da ciência que, além de ser recente, vem ameaçando nossa sobrevivência.
Citações
“O cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque induz o comportamento e inibe o pensamento.” (ALVES, 2007, p.10)
“E a ciência? Não é uma forma de conhecimento diferente. Não é um novo órgão. Apenas uma especialização de certos órgãos e um controle disciplinado de seu uso.” (ALVES, 2007, p.14)
“Fazer ciência em muito se assemelha a cozinhar, andar de bicicleta, a brincar, a jogar e adivinhar. A ciência nasceu de atividades como essas.” (ALVES, 2007, p.20)
“Pessoas que sabem soluções já dadas são mendigos permanentes. Já as que aprendem a inventar soluções novas abrem portas até então fechadas e descobrem novas