Caso Patrícia Moreira X preconceito racial
Por Tayana Bernstorff de São Thiago Mês passado uma notícia veiculada na mídia brasileira deu o que falar nas redes sociais e virou assunto constante na boca do povo. Tratava-se da atitude protagonizada pela torcedora do Grêmio Patrícia Moreira, que, na ocasião, foi flagrada proferindo insultos racistas contra o goleiro do Santos, conhecido como “Aranha”, durante uma partida entre os dois times. Em meio ao calor do jogo, a jovem de 23 anos chamou “Aranha” de “macaco”. Tá certo que chamar alguém de “macaco” está longe de ser uma demonstração de carinho, mas daí a rotular a menina como um ser racista e condená-la severamente sem considerar o contexto o qual se deu a provocação, creio eu que seja exagero. Além disso, há de se considerar os antecedentes de Patrícia Moreira, analisando, principalmente, o seu comportamento fora de campo e suas relações interpessoais. Não estou aqui para defendê-la, mas para alertar à população sobre os exageros entorno dos julgamentos dados à Patrícia. Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca disse palavras ofensivas a outrem durante um acesso de raiva, desespero ou nervosismo. Basta ir a uma partida de futebol para confirmar o que estou dizendo. Lá, os torcedores parecem perder a cabeça. Uns mais, outros menos, mas no fim, torcedor que é torcedor sempre acaba deslizando em algum tipo de xingamento, nem que este seja direcionado às mães de seus adversários. É filho da p$#@ pra cá, filho da p$#@ pra lá... O fato de estarmos em um estádio, torcendo fielmente para o nosso time, não justifica qualquer tipo de atitude desrespeitosa. Sim, não justifica, mas explica. Explica e atenua as agressões verbais. Por isso não se pode dizer que Patrícia seja uma criminosa. Ela foi mais uma vítima das emoções próprias de um jogo. Neste caso, vítima dela mesma, pois perdeu o controle de si e acabou pagando pela traição provocada por seus exageros emocionais. Perdeu emprego, foi ameaçada nas redes