Cascais: Local de Veraneio da Aristocracia Portuguesa

1) Com cinco séculos de existência, a vila de Cascais inicia, a partir do ano de 1864, um novo ciclo na sua longa história. Alguns homens ilustres, amantes desta vila piscatória e dos seus arredores campesinos, dos seus bons ares serranos e marítimos e, principalmente, da sua magnifica situação geográfica e privilegiada frente ao oceano Atlântico, irão tudo fazer para proceder a melhoramentos de fundo, quer a nível da edificação de casas, de moradias palacianas, na pavimentação de ruas e construção das vias terrestres para circulação dos meios de transporte.

A vila, que até aí havia sido um lugar que se encontrava num estado de abandono e que era essencialmente uma praia de humildes homens do mar, vai ter um novo engrandecimento e uma procura por parte de forasteiros, principalmente, da aristocracia.

Com a construção da estrada para Oeiras em 1859, o visconde de Nossa Senhora da Luz, Joaquim António Velez Barreiros, que tinha grande apreço pela vila de Cascais e que exercia as funções de director das obras públicas, mandou edificar algumas construções modernas, incluindo uma para si próprio, a qual ficou situada no alto da Bela Vista, na Aldeia Nova. É igualmente do seu tempo a construção do passeio da vila, ao qual se lhe deveu grande impulso.

É por esta nova via de empedrado que rodavam, entre Lisboa e Cascais, os trens e outros transportes da época – chars-à-bancs, ómnibus e ripper (carros de carreira puxados por cavalos e muares de duas e mais parelhas) – levando e trazendo os passageiros. Estes transportes saíam da que é hoje conhecida como Praça do Município. As viagens efectuavam-se duas vezes por dia e os transportes mudavam consoante a época do ano, sendo que, no verão, os carros eram abertos e no Inverno eram fechados.

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À construção da estrada para Oeiras seguiram-se as obras para construção da estrada para Sintra, obra que foi custeada pelos cofres do Estado, enquanto que a