Casa
(Children’s drawing and the construction of meaning: case study)
Laïs de Toledo Krücken Pereira
Resumo: A premissa de que a criança desenha menos o que vê e mais o que sabe de um objeto é um ponto de concordância entre diferentes concepções teóricas sobre o desenvolvimento do desenho. O desenho, entre o jogo simbólico e a imagem mental, subordina-se às leis da conceituação e da percepção (PIAGET, 1973). A percepção do objeto corresponde à atribuição de sentido dada pela criança, constituindo-se realidade conceituada, e não material
(VYGOTSKY, 1988). O presente trabalho focalizou o processo de figuração na criança pré-escolar. Foi realizado um estudo de caso longitudinal, de caráter naturalístico, sendo o sujeito um menino com 4 anos e 3 meses ao início da coleta de material. As fontes de evidência foram constituídas pelo produto e pela observação do comportamento verbal durante o processo. A análise do material mostrou a evolução das figuras a partir das características valorizadas pelo sujeito, reafirmando a premissa que a criança desenha o que sabe dos objetos, e a necessidade do acompanhamento do processo de elaboração para interpretação do desenho produzido, corroborando resultados mostrados por
Ferreira (1998). O resultado aponta a importância de estudar o processo de elaboração do desenho (e não só o produto final), incorporando o enunciado verbal concomitante ao traçado como condição de interpretação. Sugere a importância da atividade de desenhar para a elaboração conceitual dos objetos e eventos pelas crianças nessa faixa etária. Neste sentido, a atuação do educador é fundamental no apoio ao processo. Pretende-se estimular uma discussão sobre a intervenção do professor neste contexto.
Palavras-chave: desenho infantil, processo semiótico, desenvolvimento cognitivo, educação de educadores, desenvolvimento inicial da criança
Introdução
Importante característica