Casa Sustentavel
Trabalho como eletricista numa empresa e não tive condições de fazer faculdade. Mas isso nunca me impediu de ser uma pessoa criativa e preocupada com o meio ambiente. Um dia, quando estava voltando para casa, notei um bocado de garrafas de refrigerante na beira do rio que corta minha cidade, Espírito Santo, no interior do Rio Grande do Norte. Fiquei encucado: que fim dar a esse lixo todo?
Foi aí que comecei a pensar em trocar os tijolos usados na construção das paredes por garrafas pet. Desse jeito, poderia resolver dois problemas de uma vez. Primeiro, ajudaria muitas famílias de baixa renda a sair do aluguel e a comprar seu próprio imóvel. Depois, contribuiria para reciclar um material que polui terrenos, rios e oceanos.
Levei mais de um ano fazendo experiências até chegar ao projeto ideal. O pessoal dizia que as paredes ficariam muito leves e iriam voar. Mas eu não desisti e pedi o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os testes feitos no laboratório da universidade mostraram que a parede de pet era até mais forte que a de tijolos. Fiquei surpreso. E não era só isso: as garrafas isolavam muito bem os ambientes do calor e dos sons que vinham de fora. Quer dizer, além de ser barata, a casa de pet fica mais silenciosa e fresquinha!
Depois dos testes, fiz as contas e descobri quantas garrafas seriam necessárias para uma casa de 46 metros quadrados com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e varanda. Comprei 2.700 garrafas pet dos catadores e comecei a construção.
Foi um mês de trabalho duro até que a primeira casa ficasse pronta, em dezembro de 2009. Agora, consigo construir a