Cartão Nacional de saúde
As políticas sociais se apresentam como um instrumento do Estado para atenuar as sequelas geradas pelo sistema capitalista – garantindo, assim, o pleno funcionamento desse sistema – e como resposta às demandas reivindicadas pelo povo, no intuito de assegurar o controle social sobre as forças de trabalho – essenciais para o capitalismo. Assim, as políticas sociais são construídas com base no jogo de interesses entre a classe dominante e a classe trabalhadora/popular, beneficiando, de uma forma ou de outra, ambas as partes.
O Programa Bolsa Família apresenta-se como fruto desse jogo de interesses: ao mesmo tempo em que atende aos interesses do capital (estimula o desenvolvimento econômico, quando injeta dinheiro na classe popular), ajuda também a retirar muitas famílias da linha de extrema pobreza – proporcionando a essas famílias o mínimo de uma vida digna.
Concordo plenamente quando Carol Bazzo (autora do texto “Bolsa família e a leitura errada dos brasileiros”) diz: “O discurso de que sempre falta moral e decência no outro (“vadio” e “safado” em potencial) explica todos os problemas nacionais (..)” e “a velha ideia de que pobreza e vadiagem andam juntas”. É a tentativa de responsabilizar o pobre (tido como preguiçoso, incapaz e desinteressado) pela sua situação de vida, isentando o Estado de qualquer culpa. O que remete ao darwinismo social, onde o Estado não deve interferir na organização social, pois os menos aptos tendem (ou devem) a desaparecer.
O principal impasse da Bolsa Família é o seu caráter permanente, quando deveria ser transitório. Há o incentivo para a permanência das crianças na escola, mas não há a melhoria dessa escola. Ou seja, existe o acesso à educação, mas, existe uma educação de qualidade? E, depois de formado, esse jovem terá acesso ao mercado de trabalho? Na maioria das vezes, a resposta é não. Por isso tantos brasileiros se tornam dependentes desse programa, e acabam sendo