Carta jesuítica
Senhor,
Venho por estar carta lhe informar sobre a nossa chegada nessas novas terras.
Aqui habitam homens e mulheres, “ … A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência."
Quando chegamos, se assustaram com nossa presença, alguns apontaram arcos com setas em nossa direção. Mas aos poucos estamos conseguindo conquistar sua confiança.
Usam pinturas pelo corpo, seus cabelos são lisos, e dos homens ficam por cima das orelhas.
Com sua inocência eles creem em poder da terra e do sol. pude observá-los cultuando a deuses inexistentes. Usam instrumentos e danças para isso.
Estamos abrigados por aqui. A mata é alta, dentro dela existem muitos animais. Alguns selvagens, os quais desconheço. Muitos mosquitos, que incomodam quando anoitece. Mas os habitantes me parecem nem sentir.
Aqui vivem de pesca, caça e plantio. Um ancião lidera toda a aldeia e suas casas são feitas de palha.
Após muito custo realizamos aqui a nossa missa. Aos poucos estamos levando a sabedoria divina aos gentios que aqui habitam. Esperamos concedê-los o conhecimento do Senhor o mais rápido possível. Porém está sendo uma difícil tarefa.
Trabalharemos incansavelmente para que tenhamos bons resultados em nossa missão.
Que a paz do Senhor esteja com vossa senhoria. Espero retornar brevemente com respostas positivas.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, maio de 1500.
Pero Vaz de