Carta de suicida

Carta de um “Suicida”
Por Daciane Souza.

Sei que não é nada fácil tentar compreender o ato suicida de alguém, principalmente quando trata de alguém que conhecemos e julgamos saber “quem é”. Tantos anos de vida e nunca conseguir compreender o real sentido que supostamente me levaria a uma vida plena e feliz, talvez por não entender o sentimento de felicidade, enfim não importa mais... A todos que me amam só me é permitido implorar o perdão, por causar tamanho sofrimento. Por favor, não se lembrem de mim como uma pessoa egocêntrica, jurei a mim mesma que iria agüentar firme toda a dor de uma vida vazia, em nome do pouco consolo que minha presença poderia proporcionar, mas minha dor é maior que a alma. Desde que abrir meus olhos, e então comecei a enxergar o mundo e todo o lixo que as pessoas produziam, iniciei uma busca pela resposta que explicasse este cenário. Percebi por fim, que a felicidade humana dependia unicamente de produzir lixo, este responsável pelo amargo sabor da vida, quantas lágrimas derramei por acreditar futilmente que seria necessário “ter para ser”, NÃO! Necessário é amar, e que fique bem claro que não estou falando somente de amor aos pais, aos irmãos, amigos ou entre um casal, e sim também amar aquele indivíduo do outro lado do mundo, que você nunca o viu, porém sabe que ele existe. Sinto dores, quando vejo as pessoas se alienarem pela religião e seus fundamentos dogmatistas e preconceituosos, esquecendo que o Ser Maior que existe e está acima de nós ama a todos sem nenhum tipo de diferenciação, não se sabe o nome, e talvez nem exista uma denominação, mas há aqueles que o chamam de Deus, e outros que preferem acreditar que este se manifesta em diversos, o chamando de Deuses, sei lá, sempre preferir ficar longe desta confusão e simplesmente amar alguém e respeitar as diversas manifestações de fé, algo que o dogma não permite, por focar no cumprimento de classificar os seus irmãos em “tipos e formas”. Neste momento, minha tristeza define-se