Carrefou
Um ano atrás, o executivo francês Frank Witek chegou de mudança pela segunda vez ao Brasil. Ele já havia morado no país de 1985 a 1991, quando ocupou uma cadeira de diretor do Carrefour. Depois disso, Witek voltou para a França, de onde seguiria para uma temporada de oito anos na Malásia e na Coréia. Enquanto isso, a operação brasileira do Carrefour consolidava uma posição de liderança e crescia continuamente, passando de 19 hipermercados em 1991 para 77 no ano passado. Witek também teve sua ascensão nesse período. Regressou, aos 46 anos, para ser o número 1 do grupo francês no Brasil. Seu retorno, porém, ocorreu no momento em que o Carrefour cedia para o Pão de Açúcar a liderança exercida por uma década. "Pouco importa estar na primeira ou na segunda posição se os números são tão próximos", diz ele. O Carrefour fechou 2001 com vendas de 9,2 bilhões de reais, e o Pão de Açúcar, com 9,5 bilhões.
Hoje, a recuperação da liderança pode mesmo não ser a prioridade do Carrefour no Brasil. Talvez porque Witek tenha de resolver uma questão mais urgente -- ajustar uma operação que anda sofrendo de males típicos do crescimento acelerado. Entre eles, deficiências na logística, falta de comunicação e atraso na implantação de tecnologia. "Temos de dar tempo para as coisas funcionarem", diz Witek. "Nascemos de novo há apenas dois anos."
Os problemas do Carrefour não se explicam apenas pela dificuldade de manter impecável uma companhia em ritmo acelerado de expansão. Nos últimos cinco anos, os franceses compraram diversas redes familiares brasileiras e passaram a administrar dezenas de lojas com padrões totalmente diferentes. Isso o grupo Pão de Açúcar também fez, sem demonstrar o mesmo incômodo com a digestão das empresas incorporadas. O que explica a diferença nos resultados? Uma das razões é o fato de o Carrefour ter se expandido numa faixa do mercado na qual não tinha