Caroline
Weber se interessa pelo aspecto cognitivo das religiões. Weber associa a objetividade do conhecimento a uma ordenação da realidade segundo categorias subjetivas, as quais representam, segundo ele, o pressuposto do nosso conhecimento. Sociologia entendida como ciência compreensiva, que por interpretação, mas sem artifício de estilo, procura analisar o sentido visado por um ou mais de um sujeito em função do comportamento de outrem e, conseqüentemente, pretende esclarecer o sentido de toda a atividade social. Neste sentido, Weber toma as religiões como respostas racionais a indagações referentes aos problemas do sofrimento e do destino, quaisquer que sejam os termos em que esses se colocam. Assim, estando a racionalização do mundo inscrita no mais profundo da civilização, o sociólogo deve explicar as origens e os caracteres de um mundo que se modernizou ao se laicizar e se desembaraçou de seus mistérios, entregando-se às miragens da razão. Portanto, sua sociologia da religião está referida a uma teoria da mudança social que se traduz no estudo de processos de racionalização na história.
Para Weber, a racionalidade prática é inerentemente problemática e insuficiente. Em seu contato com o mundo, ela confronta incertezas – experiências de sofrimento e infortúnios – cuja solução requer ações e cognições que necessariamente transcendam a faticidade da vida cotidiana. Tais soluções tendem, contudo, ser parciais e insatisfatórias, deixando sem sentido alguns aspectos da existência, ou seja, suas teodicéias tornam-se irracionais. O desenvolvimento das religiões como criadores de imagens racionais de mundo, deriva-se da própria lógica da teodicéia, requerendo solução interna para suas inconsistências, criando, assim, uma compulsão natural para aquisição de versões mais racionais de suas idéias.