carlota joaquina princesa do brasil
A personagem é retratada desde sua infância, na Espanha (a Carlota menina é interpretada também por Dayer), em meio à corte espanhola, onde desde cedo mostrava que era inteligente, geniosa e muito mimada - mas também não muito bonita, embora dissesse que era mais bonita que a Infanta Margarida, a princesa retratada ao centro do famoso quadro do espanhol Diego Velasquez; depois, ela parte para Portugal – ela havia se casado, aos doze anos, com o Príncipe D. João por procuração, ou seja, ela só conheceu o marido meses depois do casamento, o que era uma prática muito comum entre as nobrezas absolutistas, como forma de preservar o “sangue real” – e acaba se decepcionando ao ver o marido, que até então ela só conhecia por retrato. Bem, na primeira parte do filme, a diretora faz um retrato da vida nas cortes absolutistas européias, como era o caso de Portugal e Espanha no início do século XIX. E a comparação entre a corte da Espanha – onde havia dança, música e mulheres de perucas extravagantes – e a de Portugal – marcada pela letargia, pelos maus modos (na cena do banquete de recepção, os comensais se empanturram e arrotam à mesa sem se importarem com quem está ao lado) e pela profunda religiosidade – é bem reveladora de como se processou a mudança de caráter da princesa Carlota. Mas alguns fatos são calcados na realidade – como de quando Carlota, na lua de mel, mordeu a orelha de D. João – outros não – como o próprio retrato de D. João, encarnado no filme pelo ótimo Marco Nanini: o Príncipe Regente é retratado por