Carllos
O líquido amniótico (LA) desempenha um importante papel no desenvolvimento fetal, proporcionando proteção contra traumas externos e assegurando condições para a movimentação e o crescimento1. A ruptura das membranas amnióticas é denominada de ruptura prematura das membranas (RPM). Quando acontece antes da 37ª semana de gestação, é denominada ruptura prematura das membranas pré-termo (RPMPT)2.
A etiologia da ruptura das membranas é multifatorial. As infecções maternas, como a vaginose bacteriana, a cervicite e a infecção do trato urinário, têm um importante papel nessa etiologia1 , 2. Outros fatores descritos são a história anterior de ruptura de membranas pré-termo, o encurtamento da cérvice no segundo e início do terceiro trimestre, a cerclagem uterina, a conização prévia, a desnutrição materna e elementos sociocomportamentais1 , 2.
O diagnóstico de oligo-hidrâmnio (volume de líquido amniótico abaixo de 500 mL) pode ser suspeitado clinicamente com base na medida da altura de fundo uterino, embora essa medida tenha baixo valor preditivo3. A avaliação ultrassonográfica pela mensuração do índice de líquido amniótico (ILA) é mais objetiva - considera-se oligo-hidrâmnio quando o ILA for menor que 5,0 cm e oligo-hidrâmnio grave quando menor que 3,0 cm4. Entretanto, revisão sistemática comparando o ILA com o maior bolsão conclui que este é mais efetivo em indicar resultados gestacionais adversos5.
A diminuição do LA associado à RPMPT contribui para aumentar a prevalência de corioamnionite, taxa de cesariana e os desfechos neonatais adversos1 , 2 , 6. A presença de oligo-hidrâmnio grave após a ruptura das membranas amnióticas aumenta o risco de infecção intramniótica, encurtando o período de latência7. A perda da integridade da barreira física com a ruptura das membranas resulta no aumento do risco para infecção intramniótica pela presença na flora vaginal de Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma hominis 8 , 9 .
A presença de infecção intramniótica pode