Cardiopatias
São malformações ou defeitos na estrutura anatómica do coração e nos grandes vasos presentes já ao nascimento, mesmo que sejam identificadas muito tempo depois. A causa mais frequente de malformações cardíacas congénitas são diversos fatores ambientais aos quais a mãe se pode expor durante a gravidez e que, ao longo da vida intra-uterina, interferem direta ou indiretamente no desenvolvimento do coração e dos grandes vasos. O efeito desta exposição é particularmente nocivo quando ocorre durante os primeiros três meses da gravidez. Os fatores ambientais mais frequentes são as infecções provocadas por vários tipos de vírus (por exemplo, vírus da rubéola, coxsackievírus, citomegalovírus), a exposição aos raios X, o excessivo consumo de álcool e a administração, ao longo da gravidez, de determinados medicamentos contra-indicados.
Em outros casos, as cardiopatias congénitas são provocadas por anomalias genéticas ou cromossómicas. É por esse motivo que em determinadas doenças genéticas ou resultantes de anomalias cromossómicas, como a síndrome de Turner ou a síndrome de Down, podem ser originadas cardiopatias congénitas.
Tipos de Cardiopatias Congênitas Acianóticas:
- CIA (comunicação interatrial). Durante a vida fetal, o sangue oxigenado proveniente da placenta atinge o segmento cefálico do feto através de uma comunicação entre os átrios, chamada forame oval, passando do átrio direito para o esquerdo até o ventrículo esquerdo e deste para aorta. Já nas primeiras horas de vida, ocorre o fechamento funcional desta passagem pelo aumento da pressão do átrio esquerdo; o fechamento anatômico ocorre no 1º ano de vida. A CIA ocorre por anomalias no desenvolvimento do septo interatrial como defeito da fossa oval, ostium primum e seio venoso. Logo após o nascimento, a criança apresenta uma reduzida complacência do ventrículo direito, resistência vascular pulmonar alta e sistêmica baixa, limitando o fluxo da esquerda para direita (pouco sangue