Cardiopatia
Cardiopatia isquêmica
Antônio C. C. Carvalho, José Marconi A. Sousa
Resumo
O diagnóstico de doença aterosclerótica coronária muitas vezes constitui um desafio. O exame padrão-ouro para esse fim é a coronariografia, entretanto é exame invasivo e dispendioso, devendo ser utilizado em casos específicos.
Vários exames não-invasivos estão disponíveis na prática clínica, variando sua acurácia e seu custo. Neste artigo fazemos uma revisão do diagnóstico da doença aterosclerótica coronária, levando em consideração a sensibilidade e a especificidade dos exames não-invasivos nas várias situações clínicas.
Palavras-chave: Angina; Diagnóstico; Doença aterosclerótica coronária.
Rev Bras Hipertens 8: 297-305, 2001
Recebido: 17/07/01 – Aceito: 23/08/01
As doenças cardiovasculares, especificamente a doença arterial coronária, representam a causa mais freqüente de morte nos países desenvolvidos, respondendo por cerca de um milhão de mortes anualmente nos
EUA; em 1990 foi a causa mais comum de morte no mundo1,2.
No Brasil, a mortalidade por essa doença é também elevada, equiparando-se à dos países com maior mortalidade, como a Finlândia e a Hungria.
Em São Paulo, as doenças do coração foram responsáveis por 403,1 óbitos masculinos e 171,9 óbitos femininos por 100 mil habitantes, na faixa etária de 45 a 64 anos, no período de 1984 a
1987, enquanto na Hungria essa taxa foi de 547,3 e 229; nos EUA, 422,8 e
156,2; na Itália, 245 e 71,6 e, no Japão,
110,7 e 45, respectivamente3.
A apresentação clínica da doença coronária varia desde a angina estável até a morte súbita. Nesse espectro encontram-se os quadros de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST e angina instável, atualmente catalogados como síndrome coronária aguda.
Fisiopatologia
Na fisiopatologia da cardiopatia isquêmica dois processos estão implicados: a oferta e a demanda de oxi-