Cardiopatias Congênitas Cianóticas
Epidemiologia
-Diferentemente dos adultos onde as cardiopatias tem origem isquêmica geralmente, nas crianças as cardiopatias são em sua maioria de origem congênita.
-Incidência: 0,5 a 0,8% dos nascidos vivos
-Diagnóstico: 40 a 50% durante a primeira semana e em 50 a 60% dos casos, por volta do primeiro mês.
-Cardiopatias congênitas constituem na principal causa de mortalidade e crianças com malformações congênitas.
Fisiopatologia
-A maior parte dos defeitos congênitos é tolerada na vida intra-útero, porém vem a aparecer sintomatologia após o nascimento pela mudança da circulação intra útero para a circulação extra-útero.
Circulação Intra-útero
-Sangue oxigenado proveniente da placenta (Pulmão sem função de oxigenação e só recebe 10% do DC)
-O sangue oxigenado da placenta chega a veia cava inferior através do ducto venoso (estrutura que conecta a veia umbilical e a veia cava inferior) Daí então alcança o átrio direito. Grande parte desse fluxo é direcionado para o AE através do forame oval patente.
-O sangue do AE segue para o VE e então é ejetado na aorta.
-Já o sangue proveniente da veia cava superior é praticamente lançado sobre a válvula tricúspide e alcança o ventrículo direito. Do ventrículo direito é lançado no tronco pulmonar, mas sofre desvio para a aorta pelo ducto arterioso.
Nota: Apenas o fígado, cabeça e coração (pois os vasos que irrigam esses órgãos emergem antes do ducto arterioso) recebem sangue de alta oxigenação no período fetal. O restante do corpo é perfundido com sangue misturado de VD e VE.
Nascimento
-Com o nascimento, a expansão pulmonar associada ao aumento da pressão arterial de oxigênio leva a uma dilatação vascular pulmonar, reduzindo bruscamente a resistência ao fluxo sanguíneo (processo que se completa em uma semana).
-Ao mesmo tempo, a retirada do lago placentário promove aumento da resistência sistêmica.
-Agora todo fluxo do VD vai para os pulmões. O aumento de volume