carbono no solo
AMAZÔNIA BRASILEIRA
I. ESTOQUES DE CARBONO DO SOLO
Na década de setenta, o Projeto RADAMBRASIL coletou perfis de solo em aproximadamente 3 mil pontos espalhados (desigualmente) ao longo de Amazônia Brasileira (Brasil, Projeto RADAMBRASIL, 1973-1983). Esses dados foram analisados por Moraes et al. (1995), com ponderação pelas áreas dos diferentes tipos de solo para gerar uma estimativa do estoque de carbono até a profundidade de 1 m sob a vegetação original nos 5 × 106 de km2 da Amazônia Legal. O total computado foi de 47 gigatoneladas (GtC) (1 GtC = 1 gigatonelada de carbono, ou 1 bilhão de toneladas), ou média de 94 tC/ha. Com erro padrão igual a 24,5% da média (Cerri et al., 2000, p. 38), é alta a incerteza; haja vista a necessidade de informações mais precisas para a obtenção de estimativas mais confiáveis do estoque regional de carbono no solo (Sombroek et al., 2000).
O carbono do solo não é limitado apenas ao 1 m superficial que foi incluído na estimativa de Moraes et al. (1995). Trumbore et al. (1995) estudaram estoques de carbono do solo até 8 m de profundidade em Paragominas, PA. As camadas entre 1 e 8 m de profundidade contêm 155 tC/ha, ou 152% do estoque, no mesmo local, na faixa de 0 – 1 m de profundidade. Presumindo a mesma proporcionalidade para o resto da região, o solo profundo contém 71 GtC adicionais, assim fazendo com que o total, para o solo até 8 m, seja de 138 GtC, ou 276 tC/ha.
A estabilidade do carbono do solo é crítica para as mudanças que ocorrem quando a floresta é desmatada ou sofre outras perturbações. Estabilidade de carbono afeta seu estoque total (equilíbrio) e também a taxa de mudança (i.e., os estoques nos estados transientes na medida em que se aproxima ao novo equilíbrio). Trumbore et al. (1990) calcularam um estoque de carbono lábil (hidrolisável) do solo de 54 tC/ha, medido nos 60 cm superficiais de um Ultisol (Podzólico) amazônico típico (Trumbore et al.,