Carbonatação

O dióxido de carbono (CO2) existe sempre no ar: forma-se durante as combustões, é expelido pelos animais e plantas e pode ter outras origens. A sua percentagem no ar pode variar desde 0,03% numa atmosfera rural até 0,3 % numa atmosfera poluída ou mesmo 1 % em zonas de alta poluição. Mas mesmo em baixa concentração, o CO2 reage com a cal (hidróxido de cálcio) que se forma quando da hidratação dos cimentos, segundo o esquema: DIÓXIDO DE CARBONO + CAL = CARBONATO DE CÁLCIO + ÁGUA CO2 + Ca (OH)2 ---» Ca CO3 + H2O.
Ao processo chama-se CARBONATAÇÃO. Esta reacção dá-se nos poros do betão endurecido no qual o CO2 penetra por difusão, no caso de provir do ar, ou dissolvido na água das chuvas por exemplo. É um fenómeno inicialmente rápido mas que se torna gradualmente lento, à medida que a profundidade de carbonatação aumenta. O hidróxido de cálcio (cal), parcialmente solúvel em água, é fortemente alcalino e o pH da água contida nos poros do betão é suficientemente elevado para que se formem à volta das armaduras de aço, óxidos básicos que tornam o aço PASSIVADO contra a corrosão.
Porém, a transformação da cal em carbonato de cálcio é acompanhada por uma descida brusca do pH para um valor à volta de 8 -9, o qual (embora ainda alcalino) já não é suficiente para proteger o ferro e este iniciará um processo de corrosão desde que haja acesso de oxigenio (do ar) + água.
A carbonatação não tem importância numa peça de betão não armado (blocos, por exemplo) e até pode melhorar a sua dureza e resistências. Mas, no betão armado, quando a profundidade de carbonatação atinge a zona das armaduras, o ferro fica em risco imediato de corrosão que, por se dar com aumento de volume, inicia a destruição da