Caravana farkas
Vinte e sete anos se passaram desde o fim do Regime Militar Brasileiro, período em que o Brasil, viveu um governo “marcado pelo autoritarismo” (NAPOLITANO, 2010) no qual as liberdades foram suprimidas, e a censura agiu de maneira veemente, organizada para conter e repreender toda e qualquer forma de contestação pública ao governo vigente. A partir de 1985, quando da abertura política e do processo de democratização brasileira, a historiografia acerca do período aumentou de maneira exponencial, e hoje é cada vez mais fácil encontrar estudos nas mais diversas áreas da História: desde história social, “bastante influenciada pelo marxismo ou pela segunda fase dos Annales” (FICO, 2004); também aquela que cunha-se “nova história”, que sofre grande influência da terceira geração da escola dos Annales, e finalmente a chamada “história cultural”, que tem como ponto chave alguns aspectos: “A existência de unidade ou diversidades culturais; a variação nos conceitos de cultura; e os problemas de uma noção de cultura estreita demais . Diante deles, propõe-se uma história cultural que esteja atenta para o encontro cultural, a circularidade e o processo de cotidianização". (LARA, apud BURKE, 1997). É dentro desta lógica de pensamento historiográfico que os estudos do historiador Marcos Napolitano, e especificamente o artigo “MPB: a trilha sonora da abertura política (1975/1982) se encontram. Neste artigo, Napolitano tenta analisar sob diversos ângulos, o complexo cenário musical brasileiro dos anos 1970, com foco na chamada “moderna música popular brasileira”(MMPB) e seus respectivos desdobramentos. O argumento central do artigo propõem justamente mostrar que a canção popular de oposição ao regime militar foi influenciada por um certo ímpeto civil de propor uma abertura política e findar com os anos de ditadura militar que já assolavam o país há mais de dez