Carandiru
O filme Carandiru conta a história de um médico (Drauzio Varella) que se dispõe a fazer um trabalho de prevenção à Aids no maior presídio da América Latina: a Casa de Detenção de São Paulo, mais conhecida como Carandiru. Aqui fora, muitas pessoas têm medo de criar imagens sobre violência, locais precários para moradia, falta de assistência médica... E é sobre o que exatamente se trata o filme. Muito ao contrário do que pensam algumas pessoas, o filme não foi criado para criticar os detentos e é muito mais do que um narração da violência que predomina na cadeia. Esse filme conta histórias sofridas de presos, de seres humanos que muitas vezes são esquecidos ao serem jogados em celas sujas e desumanas. Existia sim muita violência entre eles, principalmente contra os que cometeram estupro, porém esta era controlada pelos próprios detentos que viram ser até uma maneira de se proteger. Para o filme, é óbvio que os presos têm que ser punidos pelo que fizeram, ele não os defende. Apesar disto, existem diferentes pessoas com diferentes crimes e para cada um, há uma maneira de tratamento entre eles, mesmo que as pessoas que não têm essa vida como dia a dia pensem que são tudo ‘farinha do mesmo saco’. Por exemplo, o tratamento dado aos traficantes é diferente daquele dado a um assaltante de banco. O crime mais detestado nem de longe era o estupro, houve o caso de um estuprador que não chegou a sobreviver uma hora no Carandiru. Mas na mesma intensidade dessa raiva, também tinha o clima de solidariedade, principalmente com os homossexuais, no filme mostra até a realização de um casamento. Creio que o filme Carandiru fez tanto sucesso por retratar toda verdade, sem restrição de absolutamente nada, do verdadeiro presídio. Com mistos de cenas de comédia, como quando um detento gordo tenta uma fuga no túnel e entala, fez o filme ficar ainda mais incrível, era como se realmente estivéssemos na maior cadeia que esse país já conheceu. Cheia de emoções,