Características do mito
É um texto narrativo que reflete a cultura de um povo, mostrando como ele vê o mundo e a realidade. Caracteriza-se por referir-se a seres extraordinários, como deuses, divindades, semideuses e heróis, cuja conduta é modelo de vida para os homens de todos os tempos. O narrador pode ser observador ou personagem, o tempo narrativo geralmente é o passado e a linguagem segue a norma-padrão.
A narração mitológica envolve basicamente acontecimentos supostos, relativos a épocas primordiais, ocorridos antes do surgimento dos homens (história dos deuses) ou com os "primeiros" homens (história ancestral). O verdadeiro objecto do mito, contudo, não são os deuses nem os ancestrais, mas a apresentação de um conjunto de ocorrências fabulosas com que se procura dar sentido ao mundo. O mito aparece e funciona como mediação simbólica entre o sagrado e o profano, condição necessária à ordem do mundo e às relações entre os seres. Sob sua forma principal, o mito é cosmogônico ou escatológico, tendo o homem como ponto de intersecção entre o estado primordial da realidade e sua transformação última, dentro do ciclo permanente nascimento-morte, origem e fim do mundo. As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere -- ao menos em seus níveis mais profundos -- a temas e interesses que transcendem a experiência imediata, o senso comum e a razão: Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e a escatologia (destino último do mundo e da humanidade). Crê-se no mito, sem necessidade ou possibilidade de demonstração. Rejeitado ou questionado, o mito se converte em fábula ou ficção. O mito pode ser real ou lendário mas o importante é a mensagem que ele deixa ou que interpretamos por meio dele. Temos os mitos gregos, até hoje presentes na humanidade, como o de Eros e Psiquê, ou melhor, do amor romântico envolvendo sexo, carinho e insegurança. Ou temos o mito de Tiradentes ou Cheguevara, erguendo a bandeira da politização e do desejo de liberdade. Em