capitalismo
O mundo do trabalho tem sua configuração e sua dinâmica alteradas à medida que. Há duas relações sociais básicas que são constitutivas do capitalismo: a dominação exercida pelo capital sobre o trabalho, que define uma relação de exploração, e a disputa entre frações do capital pelo controle dos mercados, que estabelece uma relação de concorrência. É com base na compreensão da dinâmica envolvida em cada uma dessas relações que se pode compreender como o processo de acumulação de capital reproduz de forma ampliada as estruturas econômicas e promove a introdução de inovações tecnológicas e organizacionais que transformam, ao longo do tempo, a própria sociedade.
Sem dúvida, o capitalismo se mostrou extremamente dinâmico a partir da Revolução Industrial, que redefiniu a relação capital x trabalho e alterou por completo as condições da concorrência intercapitalista. À medida que emerge um padrão de acumulação de capital mais vigoroso, centrado na expansão industrial, observa-se a formação de um novo mundo do trabalho, marcado pela presença de novos atores em especial, o operariado e pela adoção de novas regras em particular, a liberação do mercado de trabalho.
Desta perspectiva mais abstrata, é evidente que o entendimento dos fatores responsáveis pela estruturação e mudança do mundo do trabalho deve ser buscado nas formas de exploração do trabalho assalariado e nas estratégias de concorrência adotadas pelas grandes empresas. Contudo, limitar a análise a esses fatores resultaria num entendimento bastante restrito e claramente insuficiente. Como avançar, então, em direção a uma explicação satisfatória?
Antes de tudo, é importante esclarecer que o termo "mundo do trabalho" não deve evocar a idéia de um universo fechado em si, autônomo em relação às demais esferas da vida social. Pelo contrário, refere-se a um conjunto de situações e interações que