capitalismo e a sociedade moderna
Muitas referências e atitudes podem ser associadas à própria relação geral que estabelecemos entre a sociedade moderna e o capitalismo. Porém, algumas ganham destaque em virtude da urgência imposta pela lógica econômica e/ou falta de clemência social para quem não as detêm e pratica.
Podemos indicar parte desses valores/aptidões exigidas, como o essencial dever de ser competente no que faz. A crise econômica ou o crescimento econômico apertado exigem profissionais e saberes cada vez mais refinados e atentos. Neste quesito há um forte componente de competência técnica e o dever explícito de realizar sua atividade, função ou serviço com acuidade.
As dificuldades do dia a dia, a pressa cada vez maior pelo aumento e aprofundamento da produção – o ritmo just in time do trabalho e da produção coletiva, em que o tempo é dinheiro – aceleram o coração e a alma de todos os mortais. Em todo caso, o clássico economicista do Time is Money exige praticidade para ganhar tempo. Não se perdoa a perda de tempo.
Hoje não se dá mais milho aos pombos, como se dizia nas décadas de 1960-70. Não há tempo para a contemplação, irradiação dos valores sem pressa em ganhar, lucrar. O que ainda nos provoca a sensação de que os dias, os anos passam a correr numa velocidade vertiginosa: “Nossa, hoje já é março? Que horror, já entramos no terceiro mês do ano? Logo tem férias outra vez...”. Podemos ver esse ritmo frenético no filme Tempos Modernos.
Somos obrigados a usar intensivamente a inteligência para encontrar a melhor maneira de produzir, impondo-nos o uso instrumental dos talentos. Uma atenção redobrada com os dotes, as potências, as competências, as habilidades, os métodos e as práticas adquiridas na escola, no mundo do trabalho, no convívio social, na experiência pessoal cotidiana, tudo, sem exceção, será contabilizado a favor ou contra o indivíduo. O excesso de confiança é tão ruim quanto a timidez, erra-se por ação ou por omissão.
Bom