Capitalismo e urbanização
“A expressão indústria traduz, no seu sentido mais amplo, o conjunto de atividades humanas que têm por objeto a produção de mercadorias, através da transformação dos produtos da natureza. Portanto, a própria produção artesanal doméstica, a corporativa e a manufatureira representaram formas de produção industrial, ou seja, um primeiro passo no sentido de transformar a cidade efetivamente num espaço de produção.”(p. 42)
“Ainda que a indústria seja a forma através da qual a sociedade apropria-se da natureza e transforma-a, a industrialização é um processo mais amplo, que marca a chamada Idade Contemporânea, e que se caracteriza pelo predomínio da atividade industrial sobre as outras atividades econômicas.” (p. 43)
“O modo de produção capitalista desenvolveu-se plenamente a princípio na Inglaterra, pois aí se concretizaram primeiramente as condições para tal, e mais cedo criou-se uma classe trabalhadora livre da condição servil e sem propriedade.” (p. 44)
“A sociedade feudal era estática, com base na relação entre senhor e servo. A ampliação expressiva do comércio, o desenvolvimento de uma economia monetária que transformou o caráter da vinculação das mercadorias e o próprio crescimento das cidades – com tudo que este crescimento significava, sobretudo o fortalecimento de um espaço fora do domínio feudal – foram “acontecimentos” históricos que proporcionaram as condições necessárias à corrosão da instituição servil, pois permitiam aos camponeses o rompimento das amarras que os prendiam à economia feudal.” (p. 44)
“O aumento do número de artesãos, e a necessidade de proteção de seus interesses fez surgirem as corporações de ofício, contra os quais se colocavam os interesses da burguesia comercial, de ampliação da capacidade produtiva. O surgimento da manufatura foi a reação a este processo, e muito contribuiu