Capital Fict Cio
O capital fictício é aquela forma de capita! cujo valor deriva de um fluxo de rendimentos correspondentes a um capital já realizado, ao qual se aplica uma determinada taxa de juros, de modo que o proprietário do capital passa a auferir um rendimento sem contrapartida em capita! produtivo. O desenvolvimento do capitalismo atual, com o avanço do capital por ações, do crescimento da dívida pública e do aumento dos juros praticados pelas principais nações desenvolvidas são cruciais para a emergência dessa forma de capital, cujo crescimento verificado, a partir da década de 60, tem sido substancial, com impactos na esfera produtiva, cujos rendimentos devem fazer frente à possibilidade de lucros alcançados pelas empresas individuais ao especular com os condutores do capital fictício.
Capital, em Marx, é um relação social (e não apenas um fator de produção ou uma soma de ativos). Em uma análise lógica, Marx desenvolve categorias e formas sociais que sedesdobram em formas mais complexas, como o capital a juros e o capital fictício. Esse desdobramento das formas universaliza o modo de produção capitalista e difunde a sede de acumulação de riqueza abstrata. Nesse contexto, o capitalismo não é um sistema cujo objetivo é satisfazer necessidades de consumo, mas um modo de produção cuja a finalidade é a acumulação da riqueza em dinheiro e outras formas financeiras.
O conceito de capital fictício é pouco e, por vezes, mal tratado na literatura, mas pode ser simplificadamente definido como “direitos contratuais sobre um fluxo de renda futuro”. Para ser mais preciso, pode-se definir o capital fictício com base em três propriedades; (1) é um ativo que está associado a uma renda futura, portanto seu valor depende da capitalização de recebimentos futuros trazidos a valor presente por uma taxa de juros; (2) é um ativo transferível, portanto depende da existência de um mercado secundário onde ele pode expressar o seu valor; (3) ele não existe como capital efetivo, ou