Capela e o Brasil, acaso ou possibilidade
Waldyr R. Teixeira
O estudo da Doutrina Espírita para mim é uma coisa curiosa, a medida que vamos nos aprofundando nela, ao invés de nos bastar e limitar a busca de novos conhecimentos, ela nos incita a novas buscas, a formular novas idéias, para satisfazer aquela dúvida que surgiu, em virtude do conhecimento adquirido.
Kardec colocou isso muito bem quando disse que a Doutrina não era uma obra acabada, que nunca ficaria pronta, e que ela iria se atualizando em virtude de não existir dogmas e estar apoiada na fé raciocinada.
Mal comparando o homem, mas comparando a idéia, Raul Seixas, em uma de suas músicas diz textualmente: “Prefiro ser aquela metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”
O nosso raciocínio é feito sempre por comparação de alguma coisa conhecida, com outra que vamos achando semelhante.
Se achamos alguma lógica na comparação conservamos a nova idéia, se não achamos, descartamos e ficamos com a idéia anterior.
Isso é a evolução do conhecimento que cada um de nós vai adquirindo, a medida que vamos nos desfazendo, agregando, ou transformando conhecimentos anteriores.
Um dia destes numa reunião de estudo sobre a mediunidade (o tema era sobre “espíritos simpáticos”), uma participante questionou acerca dos “imigrantes”.
Seriam eles considerados “espíritos simpáticos” em virtude de se deslocarem, por afinidade, para outros países abandonando a terra natal?
Enquanto a expositora detalhava a resposta, falando dos vários fatores que poderiam ter influenciado a imigração: guerras; fome; busca de um futuro melhor; aventura; afinidade; etc., um turbilhão de idéias explodiu dentro de mim.
Imediatamente me vi visualizando Capela, a estrela de primeira grandeza situada na constelação do Cocheiro, mencionada por Edgard Armond em “Exilados da Capela”, e posteriormente por Emmanuel em “A Caminho da Luz”.
Conhecida desde a antigüidade, Capela é uma estrela gasosa, e de matéria tão