capela dos ossos
O Manifesto horror que as capelas de ossos, desde sempre, exerceram sobre os espectadores parece ser diretamente proporcional á atração que, as ainda existentes, exercem sobre grandes massas de visitantes, especialmente a da Igreja de S. Francisco.
A Capela dos Ossos é um dos mais conhecidos monumentos de Évora, em Portugal, situada na Igreja de São Francisco. Foi construída no século XVII por iniciativa de três monges, que, dentro do espirito da altura (contra- reforma religiosa, de acordo com mas normativas do Concilio de Trento), pretendeu transmitir a mensagem da transitoriedade da vida, tal como se depreende do célebre aviso á entrada: “ Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos “. A capela, construída no local do primitivo dormitório fradesco é formada por 3 naves de 18,70m de comprimento 11 de largura, entrando a luz por três pequenas frestas do lado esquerdo. As suas paredes e os oitos pilares “decorados” com ossos e caveiras encontram-se ligados por cimento pardo. As abóbodas são de tijolo rebocado a branco, pintadas com motivos alegóricos á morte. É um monumento de uma arquitetura penitencial de arcarias ornamentadas com filas de caveiras, cornijas e naves brancas. As ossadas (á volta de 5000), provenientes dos cemitérios, situados em igrejas e conventos da cidade. A capela era dedicada ao Senhor dos Passos, imagem conhecida na cidade como Senhor Jesus da Casa dos Ossos, que impressiona pela expressividade com que representa o sofrimento de Cristo na sua caminhada com a cruz até ao calvário. Com efeito, a cenografia fúnebre, que preenche o espaço da Capela dos Ossos, afirma enfaticamente o gosto do homem barroco pelo macabro e pela necrofilia. Ao mesmo tempo, traduz a necessidade de meditação sobre a transitoriedade do mundo material, simbolismo reforçado pela visualização das ossadas e das caveiras dos defuntos. Este misticismo funéreo plasma – se com maior projeção no Sul do país, onde existem outros