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Princípios de Farmacoeconomia
1. Introdução
Um dos assuntos mais discutidos na área da assistência à saúde nos últimos tempos tem sido a progressiva dificuldade na absorção de seus custos crescentes. Essa dificuldade se expressa na falta de recursos financeiros de indivíduos, empresas privadas e governos para efetuar o pagamento de produtos e serviços, quando por outro lado os usuários dos sistemas de saúde exigem cada vez mais qualidade e segurança dos mesmos.
Por outro lado, a introdução de novas e valiosas tecnologias médicas tem sido importante para ganhos em indicadores pontuais e coletivos de saúde. Doenças controladas ou curadas, redução de sofrimento e prolongamento da expectativa de vida são alguns parâmetros que podem, a título de exemplo, ser apontados como a contrapartida pelos custos adicionais.
Se, por um lado, nem todas as tecnologias lançadas agregam benefício clínico significativo, outras são capazes de mudar o prognóstico de certas doenças. A grande dificuldade atual está em conseguir separar umas das outras.
A Medicina Baseada em Evidências é uma das ferramentas usadas para identificar as alternativas de conduta médica que podem alcançar resultados de eficácia e segurança significativamente favoráveis. No entanto, mesmo alternativas cujas evidências demonstrem vantagens importantes em uma determinada condição, podem esbarrar no problema do preço.
Quanto uma pessoa doente estaria disposta a investir no pagamento de um tratamento que seria capaz de lhe trazer benefícios clínicos? Expandindo a questão e considerando que, atualmente, a maioria das pessoas recebe seus tratamentos médicos através de sistemas coletivos (públicos ou privados), qual é o valor que uma organização de saúde está disposta a pagar por um novo tratamento?
São decisões geralmente difíceis, pois a maneira usual de pensar nas relações entre custo e benefício de um tratamento é baseada nos