Cap Tulo 43
O autor deixa de lado a viagem no mundo real e viaja pelo mundo das ideias. Primeiramente ressalta sua identificação com Camões, que considerava um autor à frente de seu tempo, valorizando sua decisão em mesclar a cultura cristã à mitológica grega n’Os Lusíadas, “a Ilíada dos povos modernos”.
Em seguida compara outras obras que ele considera grandiosas, Divina Comédia, de Dante, e Fausto, de Goethe, a Os Lusíadas, observando que elas têm em comum a fé: em Deus, no ceticismo e na pátria, respectivamente. Decide então que sua obra será guiada por sua fé em Camões. Lamenta que em seu tempo, de maiores liberdades, os autores não sejam tão despojados quanto os que citou, que viviam em tempos de trevas e ainda assim construíram suas obras.
Decide viajar então para o inferno, ou melhor, para a região dos Elísios, da Estige e do Cócito – citando Dante – onde “se pode parlamentar com os mortos sem comprometimento sério”, pois deseja fazer algumas perguntas a Marquês de Pombal, figura política controversa de Portugal, adepto do despotismo esclarecido.
Lá encontra Pombal durante um jogo de cartas com aqueles que, antes, eram seus inimigos políticos. Observa, então, que não há amigos ou inimigos políticos a partir da entrada na “eternidade”. O autor fracassa em sua tentativa de questionar o Marquês, que desconversa e sai andando.
Volta ao mundo real, em sua viagem que agora está na região de Cartaxo.
Capítulo 43 – Resumo.
Enfim vai embora de Santarém, sentindo-se como quem sai de um museu de antiguidades, ou uma galeria de pintura – faz uma observação etimológica, de que não usa a expressão “pinacoteca”, que estaria em moda na época, por achar que ela soa mal.
Percebe que é uma sexta-feira, o dia da visita de Frei Dinis à velha cega e Joaninha. Ao passar pela casa da menina dos rouxinóis, decide se aproximar. Lá tem um encontro com dois de seus personagens: Francisca, a velha cega, e Dinis, o frade.
Pergunta-lhe sobre o destino de Joaninha, Dinis informa que ela