Cap Tulo 21
Bella perdera a noção do tempo.
Seria capaz de acreditar que haviam transcorrido minutos, horas, dias e até mesmo anos desde que desabara naquele mesmo ponto da floresta e permanecera estática, sem forças, sem vida, encarando fixamente os filetes de água que escorriam pelo riacho sem realmente os ver . Ao longe, os risos e as vozes humanas, ritmadas pelas músicas ecléticas dos turistas da ilha, representavam a trilha sonora antítese do vazio em si e do refrão de sua própria canção: “O que aconteceu com
você?”.
Com as roupas em farrapos e machucados e poeira espalhados pelo corpo, uma silenciosa lágrima circundou o rosto de uma Isabella Swan que não sonhara ser. A menina de cabelos e olhos dos mesmos tons castanhos de sua ilusão fitou-a com repugnância. E, sem reconhecer sua futura imagem, virou-lhe as costas e sorriu para a mulher que, feliz, era rodeada por familiares e amigos que amava - quem achava que seria no futuro.
Jogada entre as pedras e árvores, questionou-se onde estava aquela Bella. O que acontecera com sua vida, com seu futuro que parecia tão distante, mas estava tão perto? Em que viela escura se perdera, juntamente com sua esperança? Sempre trabalhando pelo crime, a favor do crime, sendo o crime. O que se tornara? O que permitira que acontecesse consigo? Sempre acreditara que fosse forte, determinada, corajosa, mas nunca parara para refletir que assistia sua vida passar, sua metamorfose continuar, passivamente.
Sim, sempre se projetara nas moças de seus romances, embora mantivesse sua pose de
“durona”. Sim, sempre sonhara em sair da máfia, como seus pais uma vez queriam, e trilhar seus próprios caminhos. O medo com o que encontraria reprimia-a, amordaçava-a, mas, talvez, apenas com um pouco mais de força, poderia ter escapado – poderia ter sido corajosa o bastante para admitir que morrer lutando era melhor do que permitir que seus sonhos morressem.
“Deus...” Choramingou. Sentindo grãos de terra grudando-se