Cap. 8 A cidade e as serras
Pouco tempo depois, entrou Jacinto uma manhã pelo quarto de Zé Fernandes, anunciando que iria para suas terras em Tormes, Portugal, assistir ao transporte dos ossos de seus antepassados para a capela nova, que já estava construída, segundo carta que recebera do Silvério, administrador da fazenda. Zé
Fernandes, espantado, avisou ao amigo que a casa que havia na fazenda era inabitável. Mas o Príncipe resolveu reformar a casa e esperou pela opinião de Zé Fernandes, que fazia a barba, este animou-o.
Jacinto vagou pelo quarto sem rumo e encontrou as fotos da família de Zé Fernandes dispostas sobre uma mesa; perguntou então a ele quem era uma “lavradeirona rechonchuda” que aparecia em um retrato. Zé
Fernandes exigiu respeito e explicou que a moça era Joaninha, sua prima.
Começaram então os preparativos para a viagem: Jacinto escreveu ao administrador da fazenda para reformar a casa e contratou uma transportadora para levar todo o conforto do 202 até as serras de
Portugal. Encaixotaram-se móveis, tapetes, cortinas, todos os apetrechos de cozinha, comida em conserva, águas e mais águas, para-raios e dezenas de livros. O Príncipe se reconciliou com Paris, satisfeito com a possibilidade de levar todos os seus confortos para o campo graças às facilidades da transportadora.
Voltou a frequentar o Bosque de Bolonha, os teatros, os restaurantes e as festas. Mas tão logo terminou o encaixotamento, voltou ele ao tédio mais profundo. Zé Fernandes, irritado, propôs que partissem logo para Tormes. Jacinto concordou mas antes demorou-se uma semana preparando o roteiro de viagem e escolhendo um vagão de trem confortável. Os dois amigos despediram-se de Paris com um passeio pelo
Bosque de Bolonha, onde cruzaram com todos os refinados amigos e conhecidos do Príncipe.
A viagem começou debaixo de muita chuva e com problemas. O trem que tomaram em Paris e os levaria até Medina, na Espanha, atrasou-se no caminho. Em Medina, à noite, por pouco